A
escultura renascentista distingue-se da gótica essencialmente por deixar de ter
a função de elemento ornamental, valendo por si mesma. Entende-se como um
processo de recuperação da escultura da Antiguidade clássica. Os escultores
encontraram nos vestígios artísticos e nas descobertas de sítios dessa época
passada a inspiração perfeita para as suas obras. Voltou-se à representação do
nu, as estátuas equestres foram retomadas, sendo exemplo de realismo. Também se
inspiraram na natureza. Neste contexto se tem de levar em conta a exceção dos
artistas flamengos ao norte da Europa, os quais, para além de superar o estilo
figurativo do gótico, promoveram um Renascimento alheio ao italiano, sobretudo
na pintura.
O
renascer à antiguidade com o abandono do medieval, que para Giorgio Vasari
"fora um mundo próprio de godos", e o reconhecimento dos clássicos
com todas as suas variantes e matizes foi um fenômeno quase exclusivamente
desenvolvido na Itália. A arte do Renascimento conseguiu interpretar a natureza
e traduzi-la com liberdade e com conhecimento em múltiplas obras mestras.
Por:
Mirella Teixeira
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